Uma enorme pirâmide no meio do nada tenta prevenir o fim do mundo usando um radar. Uma forma geométrica abstrata sob o céu, sem uma pessoa à vista. Poderia ser a cena de abertura em um filme apocalíptico de ficção científica, mas na verdade é uma estrutura real do Exército dos EUA.
A Biblioteca do Congresso americano tem um conjunto extraordinário de imagens que documentam o Stanley R. Mickelsen Safeguard Complex – próximo à fronteira dos EUA com o Canadá – mostrando-o em vários estados de construção e conclusão. E as fotos são impressionantes.
Elas foram tiradas pelo fotógrafo Benjamin Halpern, a serviço do governo americano, e mostram a pirâmide central – ou obelisco, monumento, megaestrutura – que servia para monitorar e abater mísseis na área. Como uma mistura de Gizé e o olho de Sauron, ela olha para todas as direções com seus círculos brancos que tudo veem, buscando objetos invisíveis no ar.
A pirâmide fazia parte do sistema antimísseis dos EUA: seu radar ficaria de olho em mísseis vindos da Rússia para derrubá-los no céu. Ela foi construída durante oito anos, porém funcionou por pouquíssimo tempo, até ser desativada. Como explica o Atlas Obscura:
O Programa de Salvaguarda foi desenvolvido na década de 1960 para derrubar mísseis balísticos intercontinentais da Rússia. Construído a um custo de US$ 6 bilhões em Nekoma, Dakota do Norte, o local era um enorme complexo… com um gigante sistema de radar em forma de pirâmide, e dezenas de silos para lançar mísseis com ogivas termonucleares.No entanto, devido ao seu custo, e a preocupações com a eficácia e com o risco de detonar uma bomba nuclear no Canadá, o programa foi encerrado. Hoje, ele é um esqueleto militar-industrial no meio do nada, ou, nas palavras de um escritor, “um monumento ao medo e à ignorância do homem”.
Nos documentos, a localização da pirâmide é descrita de forma um tanto absurda: “a nordeste da Estrada Tática; a sudeste da Estrada Tática do Sul”. Como eu disse, ela fica no meio do nada.
Eu gosto muito que, nessas fotos, a pirâmide me lembra as enormes ruínas maias encontradas em Chichén Itzá. Confira essas fotos para comparação; a última imagem foi tirada pelo fotógrafo Henry Sweet durante uma viagem arqueológica no século XIX.
Uma estrutura foi construída para uma espécie de rastreamento divino de eventos celestes e calendários épicos, à medida que constelações escuras de deuses giravam no céu; a outra estrutura era um templo para a matemática, feito para identificar mísseis à medida que viessem pelo horizonte, um local de advertência antecipada contra o apocalipse.
É curioso que a pirâmide inacabada seja semelhante também à imagem presente nas notas de dólar, com o Grande Selo dos EUA e seu Olho da Providência que tudo vê.
As fotos originais no site da Biblioteca do Congresso estão fortemente salpicadas com pó e alguns artefatos de lentes, mas eu limpei minhas favoritas e postei algumas delas aqui. Você pode conferir todas aqui: [Biblioteca do Congresso]
Confira mais imagens em nossa galeria:
Fonte : Gizmodo
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